Análise - Day of the Tentacle Remastered

(De notar que esta análise faz parte da republicação de algumas análises do PSGames Power, o blog a que este sucedeu, e esta análise algo reajustada agora, é originalmente de 2017)

Mais um remaster de um dos clássicos de Point & Click da Lucasarts e devo dizer que ficou fenomenal, basicamente houve uma atualização a nível visual, som e animações sendo que tudo o resto se manteve fiel à experiência original, que podemos sempre apreciar ao fazer a troca em tempo real entre o visual retro e remasterizado, o que nos dá mesmo a confirmação que simplesmente fizeram um “upgrade” em termos dos modelos das personagens, cenários, e sons, pois quando efetuamos cada troca toda a ação do jogos se mantém a decorrer de uma forma fluída.

Basicamente o jogo começa por nos mostrar Green e Purple, dois seres de forma de tentáculo que estão na parte traseira de uma habitação. Purple decide beber da água que sai de uns canos de esgoto que está contaminada com uma substância, essa mesma causa mutações nele que lhe dão um nível de inteligência superior mas que como consequência o mesmo fica mais agressivo e com um instinto malévolo. Isto leva-o ao pensamento que vai abrir a aventura… Conquistar o Mundo. De seguida passamos para o quarto da habitação onde (deduzo que) residem Bernard, Laverne e Hoagie, e do nada Bernard recebe uma carta de Green (entregue pelo esquilo do “Weird” Ed Edison), com um pedido de ajuda para impedir que o Dr.Fred Edison o mate a ele e a Purple após ter descoberto que o mesmo é um génio do mal devido às mutações.

Bernard contempla a ideia de voltar ao “hotel” dos Edison (, podem saber mais backstory desta situação se jogarem Maniac Mansion, jogo que está incorporado neste pelo PC do Weird Ed), e de seguida entra no seu camião e faz-se à estrada. Após chegarmos à habitação dos Edison a nossa aventura inicia-se em busca de onde será que estão Green e Purple, os 3 amigos separam-se e passado pouco tempo já estamos a começar a explorar a zona de entrada e a agarrar objetos que nos serão úteis mais tarde, mas a verdadeira aventura começa quando descobrimos a entrada para o laboratório do Dr.Fred onde estão Green e Purple, nós soltamos o duo e Purple escapa, Green diz que vai atrás dele para tentar impedir os planos dele e derrepente somos apanhados pelo Fred.

Após algum diálogo vemo-nos a entrar numa máquina do tempo que tem 3 cápsulas de transporte para ir ao passado e impedir que a substância que causou a mutação de Purple entre na corrente da água que ele bebeu. Mas não corre tudo como previsto, pois o mecanismo da máquina deve ser posto a trabalhar com um diamante verdadeiro e o Dr.Fred usou um falso. Bernard acaba a ficar no presente, Hoagie acaba a ir parar 200 anos no passado e Laverne 200 anos no futuro, e pronto, a nossa aventura aqui se inicia. Basicamente vamos ter de juntar os 3 amigos de novo para impedir Purple no presente, e para tal vamos ter de controlar Bernard no presente, Hoagie no passado e Laverne no futuro. Uma parte interessante é a troca de objetos entre eles, nem tudo pode ser enviado entre os 3 personagens, mas basicamente podem fazer uso das cápsulas para enviar objetos (coisa que para impedir que tenham de estar sempre a ir para o local da mesma, podem abrir o inventário, pegar num objeto e clicar no ícone da personagem para a qual querem enviar e a mesma recebe o objeto automaticamente).

No passado vamos ter de fazer com que o antepassado de Fred, Red Edison, contrua uma super bateria para Hoagie a ligar à sua cápsula, caso contrário a mesmo não terá fonte de energia para funcionar, mas pelo meio de tudo isto vamos poder explorar o hotel da família Edison 200 anos antes, a parte engraçada é que vamos conhecer personagens como Benjamin Franklin que está a fazer as suas experiências com o papagaio na zona de campo da propriedade, John Hancock, George Washington e Thomas Jefferson que estão no hotel, e que na zona de convívio estão a tratar da declaração da independência, já no presente temos personagens conhecidas já de Maniac Mansion, sendo elas a família Edison, e claro alguns hospedes do hotel, já no futuro o mundo foi controlado pelos tentáculos, e vamos poder explorar uma zona futurística da propriedade, ver os resultados da ações de Purple e conhecer a família Edison no futuro que estão presos na habitação, e que também nós vamos estar, mas que com algum engenho e ações que vão afetar o presente e o futuro, vamos poder dar a volta a toda esta situação.

Não me vou alongar mais na plot, pois dei as bases, mas quero que descubram a jogar caso não sejam jogadores a reviver esta aventura. A jogabilidade é um point & click do tipo sidescroller em 2D com animações espetaculares, temos uns quantos objetos para apanhar e usar, até algumas experiências malucas a fazer e uma plot que tem tanto de envolvente como de humor e drama. Podemos combinar objetos e mesmo deixar alguns em certos sítios para o futuro, pois nem tudo pode ser enviado pelas cápsulas como referi, podemos também causar alterações na linha temporal como por exemplo no presente temos de expulsar a enfermeira Edna do quarto de vigilância, mas no mesmo temos uma estátua de um antepassado dos Edison em que tem o braço estendido para a esquerda a segurar uma espada, no passado através de algumas trocas podemos causar o efeito de que em vez do braço e espada na esquerda, a estátua tenha na direita, ao fazer isto a Edna não terá nenhum sitio onde se agarrar quando Bernard der um pontapé de empurrão na cadeira rolante em que ela está sentada, ou podemos congelar o hamster de Ed na caixa de gelo do hotel para que Laverne no futuro o possa ir buscar e usar, tudo coisas interessantes que podem ser feitas e vamos poder conhecer personagens históricas, participar em maluqueiras como um concurso de humanos, até alterar o design da bandeira que se vai tornar a bandeira dos EUA, e tudo isto vai sempre ter um objetivo ligado à nossa história, vai trazer humor ao jogo, mas sempre de maneira a ligar-se com a plot do mesmo.

Resumindo é um jogo super engraçado e que recomendo a quem procura uma trama com humor, drama e um argumento fenomenal, animações excelentemente executadas e arte de jogo visualmente agradável que não fica nem muito acima, nem muito abaixo daquilo que deve ser mas sim no ponto, com sons, voice acting e ost a acompanhar, seja tudo isto no modo que nos dá o original, seja no modo remasterizado. Acho que só mesmo quem não suporte P&C é que não vai conseguir apreciar esta obra prima da Lucasarts, e gostaria de um dia voltar a ver mais deste tipo de aventuras da parte deles, bem como de ver mais remasters das outras mesmo que seja pela Double Fine que fez uma adaptação e remasterização excelentes desta para as consolas e PC’s atuais, tendo já pegado e feito o mesmo no Grim Fandango.

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