(De notar que esta análise faz parte da republicação de algumas análises do PSGames Power, o blog a que este sucedeu, e esta análise algo reajustada agora, é originalmente de 2018)
Metal Max Xeno, a entrada mais recente na franquia Metal Max, um JRPG como seria de esperar e que no Ocidente só recebemos um port para a PS4 pois este é um jogo de PS Vita originalmente e que ao contrário de jogos como Ys VIII, também publicado pela NISA, este aqui nota-se bem que é um jogo de Vita e infelizmente essa não é a única questão.
Na história temos um protagonista já com um nome definido mas que como sempre (ou quase sempre) podemos personalizar. Este tem um passado bastante atribulado, neste mundo de MM Xeno o mundo em si sofreu uma espécie de evento apocalíptico em que uma revolução de máquinas auto-suficientes lideradas por um sistema mãe iniciaram um extermínio da raça humana, nisto o nosso protagonista quando era novo perde a sua mãe para estas máquinas horríveis e chega a perder um antebraço sendo o mesmo reposto por um mecânico até.
No meio disto tudo ele é alimentado por uma sede de vingança contra todas as máquinas que tentam exterminar a raça humana fazendo uso de tanques para as combater. Mais tarde e no arranque da história damos connosco a ir parar a um dos últimos bastiões da humanidade, a Iron Base, que tem uns poucos sobreviventes a quem nos aliamos e em que iniciamos inclusive uma missão paralela de procurar mais sobreviventes e em especial mulheres para salvar e adicionar à nossa base e não só. Agora o porquê de em especial mulheres é simples, bem, aqui neste mundo o objectivo de extermínio da raça humana é alimentado no lado das máquinas por procurar e eliminar mulheres, de maneira a impedir a procriação e continuidade da raça em si, por isso quase toda a população sobrevivente são homens e quase não há nenhum até, mas ainda menos mulheres há.
A história é básica de compreender mas infelizmente não se desenvolve para algo mais interessante, vamos tendo vários diálogos ao longo do jogo e encontrando uns quantos personagens na nossa exploração do mundo de MM Xeno que vão ainda juntar-se à nossa party, mas infelizmente as cutscenes e diálogos entre personagens acabam a ser pobres no seu argumento, mais concretamente no que toca ao nosso personagem que quando não está a dizer que não lhe interessa mais nada se não executar vingança nas máquinas, está a dizer que só procura sobreviventes para ajudar a alimentar a sua missão principal que é eliminar todas as máquinas do planeta por uma questão de vingança. Em termos de character design este é dos protagonistas mais pobres que vi num JRPG/RPG, ou até em outros géneros em geral. Existe também uns quantos momentos de humor com hints ou insinuações mais sexuais como certos personagens serem virgens e afins o que dá a sua piada ao jogo sem dúvida, mas podiam estar por vezes mais bem espalhados no decorrer do jogo pois pode-se se sentir em momentos que já estão a exagerar no contar de piadas a tentar empurrar as mesmas à força para cima do jogador sem um motivo real, deixando as mesmas sem nexo nos momentos em questão.
Em termos de jogabilidade é um JRPG habitual com exploração livre, temos um mundo algo desértico que apesar de nas suas áreas iniciais ser algo desinteressante acaba mais tarde a dar-nos áreas mais apelativas em elementos visuais como ruínas e muralhas gigantes, com isto dito não desanimem quando começarem a jogar pois as zonas vão ficando algo mais apelativas de se "navegar". Nisto posso dizer que sinceramente em toda a exploração que fiz todo o mundo do jogo dá-me mesmo aquela sensação disto ser um jogo de Vita, aliás abordando já o jogo em si visualmente todo o design e texturas ficaria e fica melhor na Vita e até se enquadra melhor nela do que na PS4 a meu ver, houve um polimento leve e certos modelos 3D e texturas são mais suaves aqui mas não deixa de haver uma certa falta de detalhe nos cenários que na Vita não se iria reparar tanto e que aqui com este polimento se repara. As dungeons do jogo infelizmente são desinteressantes, são dungeons que vamos explorar a pé fora dos tanques e sinceramente além de serem repetitivas em design e aspecto não se sentem com grande sentido além de serem uma escolha para ganhar algum XP e fazer grind que honestamente não se vai sentir grande vontade de fazer, a meu ver acho o combate em tanque bem mais divertido e interessante do que a pé com as personagens.
O combate em tanque vai ser a parte mais interessante, apesar de poderem ir melhorando os vossos personagens com o desbloqueio de skills, equipamento que encontram em loot do mundo do jogo e não só sinceramente o forjar na base peças e acessórios de armas para os vossos tanques (que usam e associam a membros da vossa party), o encontrarem novos tanques no mundo do jogo escondidos ou mesmo ao ficaram com alguns de eventos de história, o personalizarem o padrão de cores deles, o armamento, alguns chips de habilidades e não só vai ser todo o recheio e diversão que este jogo vos vai oferecer, o combate contra tanques e máquinas poderosas vai ser a grande diversão de todo o jogo, certos bosses random que vão enfrentar como parte de bounties que podem perseguir para obter grandes recompensas monetárias e por ai fora vão ser o ponto central de toda a experiência do jogo em geral.
A minha única queixa acaba a ser que num primeiro playthrough, pois podem fazer NG+, acho que facilitaram demasiado o jogo em si nos combates, não senti grande desafio, e juntem também a isto os encontros random no mapa em que podem andar de tanque e em que podem quando avistam inimigos atirar sobre os mesmos como ataque surpresa e eliminá-los assim até evitando um combate sequer. Vão ainda ter de fazer uma gestão das vossas munições mas podem sempre fazer fast travel para a base e repor munição e vida quando estão por momentos fora de perigo por isso toda a gestão de munição é reduzida e facilitada, ou seja o jogo numa primeira vez não vai ser nada de complicado nem por ai além.
Concluindo acho que em termos de argumento de história infelizmente temos algumas falhas que se sentem a sério na mesma e reduzem o interesse e qualidade geral do argumento todo e concretamente estas falhas acabam a ser em grande parte nos diálogos do ou com o nosso personagem principal. O combate fora de tanque não tem grande interesse e as dungeons em si que estimulam o mesmo são desinteressantes, visualmente na PS4 é um jogo pobre tendo certas questões que na Vita não se iriam notar, o que salva tudo isto é o combate em tanque e gestão dos mesmos, bem como os bosses e side-bosses que vamos enfrentar, é um jogo que recomendo a fãs da franquia ou a quem queira experimentar de maneira leve um deles mas que faça planos de avançar para os da linha principal.




Enviar um comentário