Já lá vão os anos desde a última vez em que me tinha aventurado pela "wasteland" que podemos explorar em Borderlands, e comparando um pouco do que me lembrava com a minha experiência actual posso dizer que notei mais certos pormenores. Para iniciar esta "análise"/relembrar do jogo, tenho de dizer que da primeira vez passei na PS3 e desta vez aventurei-me na Nintendo Switch e devo dizer que o jogo corre excelentemente bem, e isso era uma das minhas preocupações, tanto em modo portátil como na tv, sendo que na TV já se esperava mas era interessante perceber como se iria portar em modo portátil, e apesar do ecrã mais pequeno não se joga mal.
Abordando a questão da história senti menos a sua presença e impacto, todo o conceito é muito superficial, e seria de esperar que pelo menos as personagens que são suposto ter um impacto mais substancial estivessem mais desenvolvidas em termos de interacções e diálogos mas isso não acontece, entretanto já iniciei um bocado o Borderlands 2 que esse sim nunca tinha jogado, e ao contrário deste dá para sentir mais preocupação no desenvolvimento e interacção com personagens que são suposto ter um papel mais chave, por exemplo a Tannis que conhecem melhor por quests de diários de áudio, em interacções reais dentro do jogo são tão curtas, simples e sem conteúdo que chegou a uma altura que nem me dava ao trabalho de ler ou ouvir o que fosse. No fim da ideia é sermos um caçador de vaults e é suposto encontrarmos o mítico vault de Pandora, mas podiam ter trabalhado mais o argumento e contar do mesmo, lembro-me de algo como Mad Max em que senti mais a história e mundo do jogo do que Borderlands, mas a questão do mundo voltaremos a ela mas posso dizer que Mad Max mostra que o que foi feito em Borderlands podia estar bem conseguido.
Abordando a jogabilidade não tenho nada de mais para mencionar os combates são desafiantes, o facto de ser um pseudo-rpg em certos elementos ajuda a isto sendo que vamos explorando áreas abertas do jogo que vão progressivamente tendo inimigos mais desafiantes, mesmo que dentro da mesma classe dos que já vimos, são mais poderosos, e é ai que vai entrar em acção a nossa preocupação em fazer side-quests, se forem fazendo uma ou duas de vez em quando vão mantendo um nível aceitável para lidar com as ameaças que vos vão aparecendo, se forem limpando tudo como eu fiz vão atravessar os desafios do jogo sem grandes dificuldades, sendo que se forem um bocado à Rambo vão acabar a ir abaixo naturalmente, mas o jogo perde um bocado a sensação de preocupação neste ponto com o sistema de second wind em que quando esgotam o HP ficam em um estado de vida ou de morte em que têm alguns segundos para matar 1 inimigo e voltarem a erguer-se com alguma vida, e no desenvolvimento das perks da vossa personagem podem aumentar quanto de vida recuperam, ou seja aqui é bom porque têm sempre uma segunda oportunidade, mas na questão de elas serem literalmente infinitas, acabam a perder alguma sensação de desafio do jogo. Também de acrescentar que o jogo tem pouca variedade de inimigos tendo algumas versões diferentes dos mesmos que fazem por exemplo danos ambientais como eletrico, fogo, ou por exemplo tóxico, digamos que o ritmo a que eles são apresentados vai ajudando a desenjoar as áreas do jogo que são em si relativamente vazias e algo repetitivas em ambiente, na grande maioria.
O jogo tem um aclamado sistema de loot random em que gera várias possibilidades de armas, ou das mesmas armas mas com stats diferentes e mesmo perks como danos explosivos, danos tóxicos e afins, é um sistema interessante de geração de loot random, que, infelizmente se torna algo relativo porque posso dizer que mais de metade do jogo usei a mesma machine gun, a mesma smg, a mesma arma de snipper e a mesma caçadeira, porque eram mais do que suficientes com os meus aumentos de nível para lidar com todos os inimigos e bosses do jogo, sendo que aqui posso acrescentar que só na penúltima área do jogo é que troquei a minha machine gun por uma nova que encontrei que não fazia muito mais de danos mas tinha um burst bem mais rápido de balas, e troquei a shotgun por uma que fazia substancialmente mais danos, pelo que no restante do mesmo foi desnecessário, o jogo acaba a matar um pouco esta mecânica que serve só no fim para acumular de maneira vasta loot com stats mais aliciantes que o valoriza mais e serve para acumularmos dinheiro a vende-lo que por si só vai servir para comprar munições basicamente, porque de resto é alguns medipacks que ficam quase obsoletos com certos escudos que podemos equipar que fazem regeneração e de resto encontram tudo no mundo do jogo.
Os bosses do jogo não são em nada impactantes, têm falta de interacção quase de certa maneira, um reflexo do argumento pobre do jogo, e de resto do que falei pode-se dizer que só aponto falhas mas eu sei qual foi o meu problema, o conceito e ideologias que o jogo tem são interessantes, para uma experiência em coop, eu joguei sozinho o que tira grande parte da diversão da experiência, das side quests algo repetitivas e do navegar o mundo do jogo que sozinhos se torna uma experiência solitária, em que lá está Mad Max desenvolve bem isto mas Borderlands nem por isso, e quem queira atravessar a mesma sozinho vai perder mais de metade da diversão infelizmente, parece-me que o 2 trabalha melhor estes pormenores ou pelo menos alguns deles, mas não se deixem ficar de pé atrás pelo que eu possa dizer, o jogo acaba a ser algo interessante para uma primeira vez, em termos de rejogabilidade nem por isso, em coop tudo seria bem melhor, e eu daria sempre de qualquer maneira um 8/10 por exemplo em pontuação, os visuais de cell shading do jogo são excelentes a meu ver, o design de inimigos também são engraçados, a jogabilidade de combate está bem conseguida, não faz nada de novo na questão de ser um fps, mas não faz mal o que já existe e recomendo, para uma primeira vez, de resto só se for em equipa local ou online.




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