(De notar que esta análise faz parte da republicação de algumas análises do PSGames Power, o blog a que este sucedeu, e esta análise algo reajustada agora, é originalmente de 2017)
Mais uma vez a TT Games regressa com a licença da Marvel em ação, e apesar de não ter ainda jogado o primeiro Marvel Super Heroes nem o Avengers e de saber por alto que este é suposto em principio servir de sequela ao primeiro MSH, ao entrar na ação dele não senti falta de o ter feito, também já apanhei por alto que o LEGO Marvel Avengers peca um bocado em querer basear-se nos filmes em questão e que acaba a passar a plot de uma maneira apressada, o que por acaso percebo o ponto de vista de quem o diz e irei abordar, por isso fica aquela pergunta, após já não sei quantos jogos LEGO será que a fórmula continua a resultar e a resultar vinda da TT?
Em termos de plot fico sempre naquela dúvida se a TT brilha quando se baseia em filmes ou quando pega no conteúdo do universo sobre o qual se vai basear e desenvolve uma plot original e digo isto porque adoro os LEGO Star Wars (1 e 2), acho o primeiro LEGO Indiana Jones algo bastante interessante, sem falar do LEGO Hobbit que é fantástico, mas depois pego nos LEGO Harrry Potter e já não tenho aquele sentimento fantástico a jogar, ou se formos para séries de TV não sinto interesse no LEGO Star Wars 3, não sei, depois agarro em coisas como o LEGO Batman e este Marvel Super Heroes 2 e o sentimento volta, acho que realmente depende muito da abordagem que eles tomam porque (,e voltando a tocar nesse ponto,) no caso das queixas que vi do Avengers em que dizem que eles apressaram em demasia o contar da história, que foi com base nos filmes, aliás com base no Age of Ultron se me lembro bem, se pegarmos no LEGO Batman 3, ou no LEGO Hobbit vão notar algo provavelmente semelhante (à parte de outros elementos,) que é o facto de que o número de níveis não difere muito, basicamente a base que a TT Games estabeleceu a certo ponto foi de meter 20 níveis nos seus jogos, pelo que andei a ver no Avengers meteram 15, ou seja, encurtaram em 5, e mesmo 20 em certos jogos acaba-se a sentir que é demasiado curto talvez, mas também depende sempre da longevidade de cada um, porque se formos observar os outros dois jogos que vos disse para assimilarem com o Avengers, eles têm uma média de níveis longos, inclusive uma coisa que não me agradou nomeadamente no LEGO Batman 3 era o posicionamento dos checkpoints, basicamente eles dividiram os níveis em secções e se me lembro (estou a tentar puxar memórias), se tivéssemos de sair tínhamos de recomeçar os níveis do inicio, já o Hobbit quando transacionávamos de secção tínhamos um save spot, ou era ao contrário, já não me lembro muito, mas indo com isto, penso que se realmente se comprova que o Avengers tinha 15 níveis só, realmente devem ter apressado a plot e isso deve ter ficado um bocado descabido em comparação com outros dos jogos que fizeram.
E isto tudo para dizer que Marvel Super Heroes 2 mostra o quão brilhante (maybe?) a TT consegue ser, à partida se pensarmos em jogos com licença LEGO pode-se dizer que não se deveria de esperar muito espaço de manobra para a conseguir manter interessante, mas a TT lá vai conseguindo misturar elementos para a ir renovando e é impressionante ver em termos de plot o quanto eles evoluíram, ainda me lembro dos LEGO Star Wars em que só se ouvia sons tipo grunhidos ou onomatopeias para substituir as falas e hoje em dia já temos argumento de falas com voice acting, sem falar que se antes estes momentos eram-nos dados com uma fórmula direcionada a ser mais infantil e a mostrar muito humor, hoje em dia pode-se dizer que a TT Games já nos dá argumento um pouco mais maduro, ou seja, é ainda engraçado e entretém os mais novos sem dúvida, mas ao mesmo tempo agarra um adulto e eu comecei a notar este amadurecimento deles quando joguei o LEGO Hobbit, um jogo onde realmente se consegue reparar nisto, claro que eles nunca se esquecem de enfiar aquele humor já esperado, e este jogo segue esta linha, acho que basicamente eles desde 2005 para cá foram amadurecendo as suas histórias, ou a maneira de as contar, e se repararmos os mais novos que tenham começado a jogar nessa altura já cresceram e amadureceram, ou seja temos um bocado aquela base de crescimento proporcional entre marca e jogadores na sua forma de ver e fazer as coisas.
Mas indo ao cerne da questão, aqui temos uma história que revira em torno de Kang the Conqueror, que de maneira malvada (, claro,) arrancou umas quantas localizações de várias dimensões e eras do universo Marvel e uniu as mesmas de maneira sublime em torno de um ponto central que é a sua cidadela, trazendo com as mesmas os heróis e vilões destes locais, prometendo aos vilões poder imenso se se aliassem a ele no combate contra os heróis que irão fazer de tudo para o impedir de triunfar neste seu plano maléfico, e que procuram uma maneira de voltar a meter tudo no seu devido lugar. Uma plot simples de entender mas que nos vai proporcionar vários momentos de diversão, em especial se forem fãs do universo Marvel. Algo muito bom que fizeram foi meterem várias personagens menos conhecidas a aparecer-nos pela plot do jogo e pelo mundo do jogo também, mas aqui nas partes de plot, eu pessoalmente já tinha ouvido referências ao Klaw, mas de todas as pessoas com quem me dou e que falam das BD e super-heróis, nunca vi ninguém a falar deste personagem por exemplo, e quando chegamos ao ponto que muitos acabam a conhecer universos de super-heróis pelos filmes não me parece que muita gente tenha reconhecido este no filme dos Avengers Age of Ultron por exemplo, aliás quando se mete um trailer do novo jogo do Spider-Man que vem ai e há gente que mal reconhece o Shocker, eu começo a ficar preocupado mas isso é outra conversa, e é o Shocker.
A plot que nos é dada é simples mas fenomenal e os momentos com mais humor são aqueles em que temos Kang a falar sobre os seus feitos até ao momento, ou o que pretende fazer a seguir, sem falar que basicamente no inicio de cada nível temos o J. Jonah Jameson a falar sobre os acontecimentos atuais para um programa de web que tem do Daily Bugle, o que ajuda ao humor desta experiência até e a dramatizar um bocado de maneira leve. O jogo arranca realmente quando temos acesso livre ao hub do jogo que é todas as localizações que Kang arrancou do seu local no tempo e espaço e uniu num só, é interessante ver como estes locais todos se ligam entre si, com passagens sublimes de por exemplo de zona montanhosa com neve para um setting mais de selva, ou para algo mais medieval e por ai fora, basicamente vamos ter vários locais que quem tenha um conhecimento mais vasto (direi eu) vai reconhecer, como Nova Iorque de 2099 (Nueva York), Wakanda, Manhattan Noir, enquanto que temos outros que irão ser reconhecidos mais rapidamente por motivos óbvios como Sakaar ou Nova Iorque normal coberta por neve, mas no total acabamos a ter umas 18 localizações, nas quais para além destas podem ainda contar com Hala, ou uma Asgard de outra realidade, por exemplo.
No meio disto tudo têm um leque fenomenal de personagens Marvel também, uns menos conhecidos que outros, mas que acaba a ser algo bom, e claro que a maneira de os obterem é procurarem aquelas missões random que já seriam de esperar ou completarem desafios do mundo do jogo, aparte de completarem as missões de plot, ou seja explorarem o jogo, e aqui têm muito para fazer e vos entreter de maneira positiva, também temos agregado a cada personagem uma info card, que nos dá alguma informação sobre a mesma, para assim dar a conhecer um pouco mais das personagens o que é um ponto positivo para espalhar assim informação mais detalhada delas.
A jogabilidade provavelmente para quem tenha jogado os últimos 2/3 LEGO games da TT à exceção do LEGO Worlds e do LEGO Ninjago Movie Game, não deverá encontrar nada de mais em termos de inovação o que não é necessariamente negativo, mas muito sinceramente quando este sai umas semanas depois do LEGO Ninjago Movie Videogame que tanto quanto sei inova o sistema de combate na fórmula da TT Games para algo mais dinâmico e depois sai este que decidiram jogar pelo seguro e não implementar o mesmo, digamos que o jogo acaba a sofrer, por isso é um um ponto negativo com algum peso na jogabilidade, em que se este tivesse saído primeiro talvez houvesse mais espaço de manobra para desculpar, pois então seria eles a experimentar dar um passo em frente, mas quando sai o outro primeiro, basicamente avançaram e regrediram. Em termos visuais o jogo é fenomenal e todos os seus ambientes parecem fluídos de tal maneira que quase não dá aquela ideia que não deveriam pertencer unidos, e é bastante impressionante vaguear pelo hub do jogo, seja a andar, montado num dos veículos, a voar ou com o belo e velho web swing de um dos nossos Spider Heroes e não só. A nível de sons, seja de ambiente ou de efeitos e poderes está tudo com uma boa qualidade, e na questão do voice acting das personagens eu pessoalmente não sinto confusão nenhuma no facto de heróis e vilões aqui já representados no grande ecrã não fazerem uso dos seus atores nas vozes, e acho que as usadas ficaram bem conseguidas em termos de caracterização na questão da voz de cada herói/vilão/personagem.
No final do dia recomendo vivamente a quem aprecie e goste dos jogos LEGO da TT Games, vai encontrar aqui um dos seus melhores trabalhos e também a quem goste do universo da Marvel, a TT Games entrega uma experiência com qualidade, humor e diversão, e deixa a porta aberta no final para uma sequela, pessoalmente gostava de os ver voltar ao Batman e a fazerem um LEGO Batman 4 talvez com bases agregadas ao universo Arkham da Rocksteady, mas veremos. Como disse um dos melhores trabalhos da TT Games, que só perde na jogabilidade ao não fazer mais uso do sistema de combate mais fluído que apresentaram no LEGO Ninjago Movie Video Game, que saiu antes deste.






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