(De notar que esta análise faz parte da republicação de algumas
análises do PSGames Power, o blog a que este sucedeu, e esta análise
algo reajustada agora, é originalmente de 2018)
Do estúdio Teku Studios e publicado pela Merge games chega-nos Candle the Power of Flame, uma jornada forte em plataformas com alguns puzzles e uma história com um contar peculiar à mistura.
Neste jogo jogamos com Teku que faz parte de uma tribo cujo o seu shaman foi raptado pela tribo dos Wakcha que inclusivamente pegaram fogo à aldeia de Teku no processo do rapto. No meio disto sendo Teku o ajudante do shaman cabe-lhe a ele partir numa demanda de resgate atrás dos malvados Wakcha para recuperar o shaman antes que algo de mal lhe aconteça. Vamos ser levados por uma variedade de cenários num meio selvagem e encontrar uma pequena variedade de NPC's inerentes a este meio como animais, população de outras tribos e membros da nossa que também tinham sido capturados. Um ponto engraçado que gostei bastante é que a interacção entre personagens é feita por balões de fala com desenhos que estão animados que são no fim capazes de expressar a conversa entre os personagens e em que poderá haver comentários de um narrador, que, para além de nos dar algo mais concreto numa forma de narrar a aventura, também aparece em fala em outros locais narrando por exemplo algo que deixe Teku perplexo ou intrigado por exemplo. Parece uma história de um livro de crianças por vezes que está a ser narrada para ela antes de se ir deitar, é engraçado mas não se deixem enganar pois uma temática mais adulta em certas acções do jogo está bem presente.
A jogabilidade tem forte presença de elementos de plataformas e vamos passar boa parte do nosso tempo a andar, correr, saltar e a subir bem como descer a locais do jogo de maneira a chegar a novas zonas, objectos que precisamos de apanhar, mecanismos para activar de maneira a resolver puzzles e não só. O jogo agrega ainda alguns elementos talvez encontrados mais em Point n' Clicks e puzzlers até, mas mais Point n' Click nesta perspectiva de aventura que nos é apresentada aqui, como items que podemos apanhar e usar mais tarde para resolver certos puzzles, fazer certas fórmulas ou rituais aqui para desencadear eventos que nos permitam avançar na jornada e não só. Vamos ter um uso algo forte de chamas que podemos ter a arder na mão de Teku para conseguir activar certos mecanismos, criar luz onde só há escuridão, usar uma habilidade especial de iluminação para repelir certos animais, criar efeitos em outros ou revelar por vezes elementos escondidos no cenário de maneira engraçada, entre outros usos possíveis que existem.
Também vão aparecendo alguns NPC's com que podemos interagir e que ajudam a ir dando alguma profundidade por vezes à história com mais elementos da mesma, ou que ajudam a dar mais substância à nossa jornada que seria de outra maneira algo a solo de Teku contra a tribo dos Wakcha. No fim do dia a jogabilidade tem uma distribuição equilibrada a meu ver entre puzzles, secções de plataformas e algumas demandas de procura e devolução para alguns dos NPC's do jogo, e digo equilibrada porque estão todos bem distribuídos de maneira a dar uma jornada aqui variada e que não nos dê demasiados momentos seguidos de um destes elementos provocando sentimento de repetição e monotonia.
Visualmente o jogo é fenomenal e é aqui nesta aventura um dos pontos mais fortes dela, a arte desenhada e animada é espectacular de se ver, um verdadeiro deleite aos olhos cheio de cor e vida na minha opinião. Escolheram bem tomar a rota de point n' click que encaixa bem visto a experiência ter um design visual de desenho com muita cor e detalhe à mistura em 2D, é quase um desafio olhar para este jogo e não ficar impressionado pelos seus ambientes selvagens de selva, cavernas, secções subaquáticas e não só que nos são apresentados. A OST também é muito boa, tem notas suaves e relaxantes mas com um tom animador para dar um sentimento talvez mais caloroso a esta jornada.
Recomendo Candle the Power of Flame a quem goste deste tipo de jornadas de plataformas com muitos puzzles à mistura que puxam por nós numa boa parte do tempo e que se ligam aos ambientes e cenários de uma maneira inteligente ao estarem dependentes por vezes de acções do jogador em outros locais do ambiente, como saltar na zona de baixo de uma plataforma segura por um pau de maneira a tirar a mesma do sitio, o pau cair e a plataforma cair para baixo, e isto para que um rochedo que tirámos do sitio possa rolar por completo por uma colina curta abaixo sem ter zona de paragem por exemplo.
É um jogo que recomendo bastante a quem procure jornadas com um tom maioritariamente leve e animado, com muita cor, boa arte, uma OST interessante de se ouvir e uma narrativa que apesar de ser leve, a meu ver consegue carregar bem o objetivo do jogo mesmo assim. No fim merece uma nota final de 8/10.





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