Análise - Chaos on Deponia


(De notar que esta análise faz parte da republicação de algumas análises do PSGames Power, o blog a que este sucedeu, e esta análise algo reajustada agora, é originalmente de 2018)

 
Chaos on Deponia chegou no final de 2017 à PS4, produzido e publicado pela Daedalic e sendo a sequela ao famoso Deponia, que são jogos de Point n’ Click que vêm com alma equivalente a clássicos da Lucasarts como The Secret of Monkey Island e não só, que irá agradar e apelar a qualquer fã do género.
 
 
O Deponia, o Chaos on Deponia e o Goodbye Deponia, são uma história contada ao longo de 3 atos digamos assim, e cada um é um destes jogos, já têm uns bons aninhos, mas só sensivelmente desde 2016 é que começaram a ser lançados na PS4, pelo que o Chaos on Deponia saiu em Dezembro de 2017 e podemos contar à partida com o lançamento do terceiro jogo da trilogia no final deste ano, ainda de notar que existe um quarto que foi lançado em 2016 para PC só de momento, mas que é algo a considerar talvez mais como spin-off pelo que eu sei.
 
 
Indo então ao que importa, Chaos on Deponia continua a história de Rufus e Goal, que continuam a sua jornada para tentar salvar Deponia que está em risco de ser erradicado pelo conselho de anciãos de Elysium, a cidade voadora chamemos-lhe assim, que paira nos céus do Planeta, um sitio construído por outrora habitantes do planeta de maneira a escaparem à poluição e falta de condições de vida na superfície do planeta. Rufus mais uma vez tenta uma ousadia para salvar Goal, a rapariga que no primeiro jogo tinha caído dos céus vinda de Elysium. O resultado desta tentativa de salvamento acaba com Goal que contém alguns mods cibernéticos (, como a sua personalidade e essência guardados em uma drive na zona da sua cabeça,) a ser separada em 3 discos singulares devido a um acidente que ocorre devido a esta tentativa. Ou seja, Goal fica dividida em 3 partes do seu todo, uma forma de Lady que é bastante educada, um pouco temperamental e que demonstra desprezo em relação a Rufus que parece realmente um pacóvio labrego aos seus olhos, a forma Spunked que é temperamental, violenta e teimosa, e uma forma infantil que pensa que tudo é fenomenal e se impressiona facilmente.
 
Toda esta premissa dá inicio a uma jornada já habitual de exploração e de trás para a frente em volta da cidade do primeiro jogo, mas em que desta vez temos uma forte presença no Floating Black Market, um local repleto de lojas, um cantor de gondola, com uma taverna cheia de personalidade, uma força de rebelião passiva, uma organização de crime desorganizado e não só, onde Rufus terá de fazer uma panóplia de ações de maneira a conseguir convencer as 3 Goals a se submeterem a uma operação por parte de Doc, um cientista com um papel principal, para reunir as 3 de volta num todo, e continuar a jornada para salvar Deponia, sendo que o objetivo será chegar a Elysium.
 

 
O jogo tem uma boa variedade de conteúdo a fazer tanto necessário para avançar a história principal como só para ver certas situações a se desenrolar, uma das coisas pelo qual esta aventura prima é a qualidade do seu argumento e a quantidade de cenas hilariantes que podem ocorrer e que temos de naturalmente desencadear, a jogabilidade é o já esperado, vamos ter de explorar, encontrar vários objetos, ou desencadear eventos para os obter, usar o nosso inventário até para combinar alguns para formar um novo, etc…, o interessante é que apesar de passarmos um bom trecho no Floating Black Market o mesmo consegue estar sempre refrescante a meu ver, sem nos aborrecer e sem se tornar monótono, também vamos acabar a passar por mais 3 localizações, como uma no Pólo Norte do planeta no qual podemos ver um homem congelado num iceberg, mas são locais relativamente pequenos ou sem muito mais áreas, sendo o grosso da aventura o Market.
 
 
Os puzzles apresentados ao longo do jogo são algo desafiantes por vezes, e uma coisa que gosto bastante na franquia é o facto de apesar de termos vários momentos de andar em busca de objetos ou itens, também os seus puzzles ou finalidades são desafiantes de resolver e descobrir, muitas vezes acabamos mesmo a descobrir certos objetos ou resolver certos puzzles para obter algum item antes da sua necessidade e fica a pairar no ar aquela questão e entusiasmo de quando é que será que vamos ter de recorrer àquele objeto, é bastante agradável. Graficamente o jogo com o seu aspeto cartoonesco é lindo, soberbo, e fenomenal, é simplesmente perfeito em tudo até nas suas animações, tem mesmo aquele sentimento de nostalgia, e que dá mais vida às situações como o Rufus a ser esmurrado por um bando de capangas, ou a um coitado de um comerciante de engenhos e não só que está encurralada na cúpula no topo do robot que criou para gerir a sua loja, sem falar na animada OST que ajuda a criar um ambiente relaxante e agradável.
 
 
Chaos on Deponia à semelhança do primeiro Deponia é uma carta de amor direi assim aso clássicos Point n’ Click, com uma qualidade tremenda, traz-me boas recordações de jogar clássicos da Lucasarts, e recomendo a qualquer fã que se preze da série The Secret of Monkey Island. Espero que lancem o Goodbye Deponia este ano e que mesmo o Deponia Doomsday, o “spin-off” de 2016, venha ainda a sair este ano também ou em 2019 na PS4, não consigo recomendar esta franquia vezes suficientes, ainda melhor é nem sentirmos o facto de estarmos a jogar com um comando.
 
 
Em conclusão como referi é uma carta de amor a clássicos como The Secret of Monkey Island, Day of the Tentacle ou mesmo Grim Fandango (para nomear alguns dos mais bem conhecidos), puxando mais ao que se pode passar e sentir em The Secret of Monkey Island na vertente do conteúdo, mas contendo toda a qualidade geral e dedicação a uma experiência que vai para além do ser sólida de entre os 3 títulos em questão, e que é derradeiramente uma experiência imersiva recheada de humor e drama, sendo que no final merece um 9/10.



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