Análise - Night in the Woods

(De notar que esta análise faz parte da republicação de algumas análises do PSGames Power, o blog a que este sucedeu, e esta análise algo reajustada agora, é originalmente de 2018)

O aclamado jogo da Infinite Fall, Night in the Woods, chegou à Switch, uma jornada deveras fenomenal e digna do reconhecimento que recebe sem dúvida, mas que não ficou bem bem a 100% na consola da Nintendo e vamos descobrir o porquê e a que nível.

A história mete-nos no papel de Mae, uma jovem adulta de 20 anos que regressa à sua cidade de Possum Springs após 2 anos passados na faculdade, sendo que a mesma decidiu abandonar os estudos por razões que mantém em segredo da família e amigos não querendo abordar os mesmos no seu regresso, mas é nisto mesmo que esta aventura se centra e que vai ser um grande trecho da sua aventura, o seu relacionamento com os pais e mesmo o relacionamento com os seus amigos de infância que em 2 anos mudaram e em muito as suas vidas, mas não só isto, a cidade de que Mae se lembrava sofreu mudanças drásticas com um grande trecho de empresas a fechar, e algumas outras que abriram e foram relativamente a razão de tantas terem fechado ou decaído em clientela, vamos seguir rumo por um meio de conversas e diálogos engraçados mas que em grande parte em nada quase servem de conteúdo real, mas é aqui que está o senão, essas mesmas apesar de não terem conteúdo que se considere relevante na narrativa mesmo assim em vários momentos é algo relevante no relacionamento de Mae com os demais, sejam os seus amigos, Gregg, Angus (o namorado de Gregg) e Bea, seja com os seus pais, seja com outros personagens, sendo que a história evolve ainda de uma jornada pela vida de Mae para algo mais dramático e misterioso na forma de alguns crimes a serem cometidos em que se inclui até raptos, em que ela vai entrar em ação em busca de saber o que se passa.

Toda a maneira como o jogo consegue ter uma narrativa que conjuga todos estes elementos de maneira harmoniosa é o verdadeiro feito aqui, e mesmo até a história arrancar realmente, é muito difícil não sentir algum nível de interesse e satisfação em todos os outros eventos que vão decorrendo no dia a dia de Mae pelo meio da sua vida social, amorosa e familiar.

De notar que na Switch o jogo já vem com os dois packs de expansão incluídos e incorporados na narrativa do jogo base sendo eles o Weird Autumm Pack e o Solstice Pack e muito mais. No meio disto tudo temos uma jogabilidade simples com base em side scrolling, podemos vaguear por porções de Possum Springs, interagir com uns quantos personagens que numa base diária têm diálogos diferentes e temos algumas opções de escolha de diálogo que acabam a influenciar alguma da plot no momento e é bastante agradável, temos ainda algumas secções que funcionam como minijogos a tocar baixo, a desligar a bateria de um carro que vamos usar para construir um animatronic por exemplo, sequências de sonho da Mae que se tornam num jogo de plataformas e não só, é realmente uma mistura de elementos e géneros aqui que funcionam muito bem, e não nos faz sentir de maneira nenhuma que estamos a ser sobrecarregados. A nível visual é dos jogos mais bem conseguidos e em especial na Switch que já vi, o seu look desenhado é simples, sólido e suave, e as animações das personagens não lhe ficam atrás.

Em conclusão Night in the Woods e em especial esta versão completa é simplesmente única mas, sim há um mas, na Switch, o jogo não ficou bem otimizado em modo handheld, come a bateria mais rápido que o LoZ Breath of the Wild se for preciso, é um papa bateria que até pensei que tinha algum problema com a consola a certa altura, aparte disto tanto em modo docked e handheld por vezes pode ocorrer algumas quebras de frames, ou mesmo algum delay na música que estiver a passar criando distorções, e de notar já agora que um dos pontos positivos desta aventura é a sua OST que é bela de se ouvir e complementa todos os momentos do jogo de uma maneira fenomenal.

Acho que nem fico admirado do quão pesado o jogo consegue ser na bateria da Switch, ou nas quebras que sofre, visto que demora o seu bom tempo a iniciar e a arrancar para o menu principal e isto já de si diz alguma coisa. É difícil não recomendar o jogo, mas ao mesmo tempo acaba a ser complicado mais pela questão de como consome a bateria toda em praticamente 2h ou pouco mais com a iluminação no máximo, e talvez com ela a 50% consigam espremer 3h, a realidade é que para um jogo que se apresenta como é a nível visual, que deveria puxar menos que um Breath of the Wild acho isto muito exagerado, e digo-vos que com a iluminação a 50% não vão apreciar todo o poder visual que esta experiência vos oferece, deixo ao vosso critério a decisão de recomendação de compra.

Mesmo com isto Night in the Woods é simplesmente uma experiência de progressão gradual, entre a vida de uma jovem adulta que regressa a casa após uma viagem falhada pela faculdade, que recomeça uma reaproximação com os seus pais e os seus velhos amigos de infância e adolescência, que a esta altura mal conhece em certos aspetos, mas que evolui para algo dramático em volta de uma investigação sobre estranhos acontecimentos na cidade onde residem, e acho que é fantástico a maneira como estes elementos todos se apresentam de maneira suave e transacionam entre si, é tão suave que se torna natural.

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