Análise - The Phantom Doctrine

 
(De notar que esta análise faz parte da republicação de algumas análises do PSGames Power, o blog a que este sucedeu, e esta análise algo reajustada agora, é originalmente de 2018)
 
O Phantom Doctrine é um trabalho engenhoso e inspirado vindo da CreativeForge Games que toma lugar no meio da guerra fria em que podem iniciar a campanha do jogo no papel de um agente da CIA ou da KGB, sendo que têm ainda uma terceira facção que só ficará disponível após passarem o jogo pelo menos uma vez. O jogo obviamente vendo gameplay ou screens vão perceber que toma muita inspiração em XCOM desde o Enemy Unknown mas logo aqui ele começa a diversificar-se um pouco com a possibilidade de podermos personalizar até certo ponto o nosso agente, o personagem principal que vai liderar a organização secreta ou a ramificação de espionagem da organização mãe a que estamos associados. Claro que no fim do dia isto dá-nos no fim um toque mais pessoal à experiência pondo uma cara na nossa personagem e mesmo a possibilidade de a enviar para missões no terreno juntamente com outros membros da nossa equipa.

 

A história em si do jogo é simplesmente a sua premissa de espionagem e contra-espionagem a localizar células inimigas é engraçada e interessante até certo ponto mas a realidade é que não é nada do outro mundo, terá o seu quê de graça estar a investigar uma história que arranca com base em uma das células inimigas estarem a desenvolver um programa nuclear e querermos descobrir quem os ajuda, isto no caso da CIA. Também tem piada ao inicio o facto de nos níveis podermos encontrar coleccionáveis como ficheiros de informação e não só e mesmo na base podermos investigar informação encontrada, também nisto podemos enviar agentes para pontos de interesse no mapa do jogo e avançar tempo para descobrir informação nova nesses pontos do mapa como em Bagdade ou Ucrânia e afins, sendo que depois temos até um placard onde podemos abrir processos que estamos a investigar de momento em que podemos espalhar pistas encontradas para os mesmos para ligar com cordéis e pioneses, podemos até aqui abrir documentos classificados para procurar nomes de agentes, organizações ou palavras chave e como dizer isto, cada um dos documentos ao inicio parecem interessantes ao serem lidos mas rapidamente entramos naquele sistema de já saber que palavras procurar porque se começam a repetir em demasia o que é uma pena pois este ponto que devia ser um dos principais do jogo pode perder a sua magia rapidamente.
 
 
Os placares ao fim de um tempo começam a ser uma questão de ver em cada pista posta neles que palavras estão a ser mostradas nelas e ligar com cordéis até que tenhamos feito uma ligação completa e o jogo nos diga que acabámos aquela investigação que no fim nos vai dar informação sobre um esconderijo de um inimigo especifico para investigarmos por exemplo, e em que podemos enviar agentes para fazerem uma espera e investigarem os movimentos destes personagens de interesse entre outras coisas, em que podemos depois lançar uma das missões disponíveis como assalto para investigar instalações inimigas e mesmo capturar inimigos de maneira furtiva que é o tipo de missão que nos mete no terreno, o poder seguir um agente inimigo para descobrir informação, fazer reconhecimento táctico para quando formos fazer o assalto serve para termos mais informação por exemplo, pena que não haja uma variedade real de missões em  terreno como em XCOM.
 
Isto no fim do dia e de uma horas vai começar a repetir-se tudo em demasia tendo em conta que os pontos de avanço de história demoram um pouco mais a acontecer do que nos jogos como XCOM que apesar de terem uma dificuldade táctica elevada têm um bom ritmo de avanço de história e eventos decisivos a evitar dando alguma pressão o que abafa um bocado o sentimento de repetição de missões de defesa, assalto, salvamento, etc. Aqui em Phantom Doctrine a dificuldade não é nada por ai além também o que juntando à história que pode ser um pouco lenta a avançar, a monotonia pode instalar-se rapidamente ao fim de umas horas, também as missões ligadas à mesma são as que por norma vão tentar "empurrar" um pouco o jogador para confrontos mais directos com o inimigo o que acaba a ser irónico que o ponto do jogo que tenta tirar o jogador da zona de conforto que se pode instalar, é também um dos factores que acaba a trazer o mesmo abaixo.
 

A jogabilidade se já pegaram num dos XCOM é as mesmas bases mas em Phantom Doctrine existem elementos e bases novas suficientes para que o jogo se diversifique por completo porque afinal de contas não estamos a combater uma invasão alien mas sim a fazer espionagem. O jogo deixa-nos tomar uma aproximação furtiva nas missões que adicionam a quem seja fã do género e de XCOM um toque novidade espectacular e variedade na jogabilidade que é realmente única. Por exemplo nos mapas temos zonas seguras para caminhar e zonas interditas em que se formos apanhados nelas ai sim desencadeamos combate, temos sistemas de vigilância como câmaras que podemos encontrar o ponto de controlo para desligar, podemos se tivermos mais HP que um inimigo pô-lo KO ou civis mesmo para que não accionem alarmes, podemos também livrar-nos dos corpos de agentes e guardas inimigos, podemos a certa altura usar disfarces para caminhar nestas instalações sem accionar alarmes mas claro que haverá inimigos capazes de ver para além desse disfarce.
 
Ou seja o jogo dá-nos uma pequena panóplia de opções mais vastas que vão de encontro com o tipo de jogabilidade que nos é oferecida. No meio disto existe uma ou outra questão que é para além de pontos de acção e pontos de movimento temos ainda nível de Awareness (atenção) que determina a nossa possibilidade de fazer certas acções e que gasta quando fazemos e se regenera a cada turno por exemplo se não fizermos nada além de nos movimentar-nos, a nossa capacidade de mira ou de evasão de ataques também acaba a ser determinada por isto tanto para nós como para os inimigos e em que o sistema de cobertura pode ser algo esquisito visto que tanto para inimigos e para nós a nossa pontaria acaba a ser determinada em parte por isto como disse, e podemos inclusive ver no ecrã tendo em conta a nossa posição o nível de danos que podemos infligir no inimigo que temos em mira.
 

Existem mais ses e mas ao jogo, podemos na base desenvolver tecnologia, treinar agentes que evoluíram de nível, recrutar mais agentes, personalizar o equipamento dos nossos agentes, desenvolver novas instalações, produzir novos passaportes para agentes que foram expostos, alguns mods de armas, dar ordens, a coisa do costume num jogo com estas bases e segundo já apanhei antes do patch que foi lançado o jogo tinha uns quantos problemas de gameplay que foram entretanto resolvidos e outros elementos que foram polidos. Visualmente, não é nada do outro mundo e digamos que em comparação com XCOM 2 por exemplo fica um bocado abaixo em qualidade dos modelos de personagens e nisto temos de considerar que nenhum destes jogos é feito para ser visto em close up mas sim em top-down view, ou seja, com uma perspectiva distante. Em termos de sons estão bons dos efeitos e vozes de personagens nos mapas em acções por exemplo apesar que notei que alguns por vezes eram accionados sem nada ter acontecido. O voice acting de cutscenes e comunicações de voz durante o jogo tem altos e baixos, umas vezes estão com qualidade normal mas outras sentem-se de talvez qualidade oscilante. Quanto à OST investiram bem na mesma segundo se sabe trazendo até um dos principais compositores da OST de The Witcher 3 e compensou a meu ver pois  a mesma tem boa qualidade e está bem inserida na temática de espionagem que o jogo nos quer dar.
 
 
No fim do dia o jogo fica um bocado aquém do que esperava pessoalmente devido ao avanço algo lento da história e eventos da mesma, as missões podem ganhar um toque de repetição no avançar do jogo e digamos assim, penso que certos aspectos da jogabilidade podiam ou deviam ser mais dinâmicos no seu uso talvez na história e com interacção na mesma como os placares de investigação. Também existe conteúdo cortado da história no vosso primeiro playthrough mas que fica desbloqueado num modo de dificuldade novo que desbloqueiam ao passar o jogo uma vez mas que tendo em conta as questões apontadas o voltarem a repassar a jornada vai depender de toda a vossa vontade de voltar a entrar nesta aventura táctica de espionagem durante a guerra fria que é Phantom Doctrine. Sou capaz de recomendar o jogo a quem seja fã do género mas numa boa promo pois vão notar as questões apesar que para um jogo deste género corre de uma maneira bastante suave e leve até em consola.
 
 
Também posso dizer que este jogo como está feito podia quase ser uma porta de entrada a curiosos ao género visto que XCOM é demasiado agressivo para principiantes mas não o poderei fazer, é que nem o jogo em si tem tutoriais completos e detalhados que por um lado em abordagem às missões pode ser para uns bom pois podem explorar tácticas e abordagens e aprender conforme avançam, mas que mesmo assim se sente falta de opção de ter isso disponível para quem queira realmente aprofundar conhecimento sobre o funcionamento das mecânicas do jogo logo ao inicio, e mesmo a quem queira ir apalpando a falta de linhas guia completas poderá ser em momentos frustrante o que leva ao meu ponto de isto ser bem mais simples que XCOM em que o vosso conhecimento das mecânicas de jogo determina o vosso sucesso, e tendo em conta tudo o que foi falado, esperava algo mais desta experiência e acabo a recomendar a quem gosta do género e se queira aventurar mesmo com os senãos que vão encontrar.
 

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