Análise - Pokémon Sun

(De notar que esta análise faz parte da republicação de algumas análises do PSGames Power, o blog a que este sucedeu, e esta análise algo reajustada agora, é originalmente de 2016)

Pokémon Sun, este em conjunto com o Moon foram dos jogos mais antecipados do ano e a loucura total da 3DS basicamente, um novo capítulo na franquia, e um repensar em certos aspetos da maneira como o jogo nos apresenta ao seu universo e à interação que temos com as criaturas que conhecemos como Pokémons.

Antes de entrar no que diz respeito à história e às suas alterações na base que já era usada há vários anos vamos falar da jogabilidade. Portanto, em termos de combates não vemos grandes alterações, talvez no hud de opções mas nada demais, temos sim a introdução da possibilidade de agora usar pedras conhecidas como Z-Stones que quando agregadas a um Pokémon do mesmo tipo que a pedra como por exemplo temos Z-Stones de eletricidade, ou do tipo normal, que quando agregadas a um Pokémon desse tipo, permite-nos usar uma vez por combate o ataque ou ataques Z que esse consegue desempenhar, que são ataques que em comparação com os regulares têm os seus efeitos aumentados digamos assim. O nosso personagem faz uma coreografia especial que desencadeia o estado superior do nosso Pokémon de maneira a que ele possa desempenhar os mesmos. Estes vêm como uma boa adição pois esta 7ª Geração da série principal de Pokémon está com um nível de dificuldade superior ao que é habitual, e possivelmente isto seja o equilíbrio também para o aumento de dificuldade e será algo óbvio se pensarmos nisso.

Avançando um pouco, aqui a nossa aventura já não gira tanto à volta de combater líderes de ginásio, chegar a uma Poké Liga, etc…, isto porque aqui não temos nada disso. A região de Alola para além de linda tem uma outra visão de como as coisas funcionam e aqui concretamente temos os Island Trials, que são desafios nas 4 ilhas de Alola preparados pelos campeões das mesmas, estes podem envolver enfrentar certos Pokémons, fazer questionários, entre outras coisas, mas essencialmente servem para no final enfrentarmos um Pokémon que é uma versão mais poderosa de um outro, e que posso dizer-vos que é muito mais complicado de derrotar que muitos Gym Leaders de jogos anteriores.

Quando completamos estes trials enfrentamos o Kahuna da ilha onde estamos que nos dá passagem para a ilha seguinte, de notar que os Island Trials são desafios obrigatórios a todos os jovens quando estes atingem uma certa idade, e é suposto ser no final uma jornada com o objetivo de fortalecer a relação entre um treinador e os seus Pokémons, pelo que o jogo gira muito em volta da relação entre humanos e Pokémons que é algo diferente em Alola, aqui os Pokémons não são visto na totalidade como criaturas que se capturam e treinam, mas sim como companheiros e amigos em todo o sentido destas duas palavras e até no início quando escolhemos o nosso inicial o mesmo tem de decidir se quer seguir jornada connosco, existem restaurantes mesmo com o objetivo de vender refeições a treinadores e Pokémons, e com isto vem também outras possibilidades como por exemplo o sistema de Poké Ride em que temos um Pokémon que nos ajuda em termos de executar certas tarefas que eram antes feitas com certos ataques ensinados aos mesmos através de HMs (Hidden Machines), como o Surf ou o Rock Smash, em que agora podemos montar num Tauros que chamamos através de um aparelho conhecido como Ride Pager, montados no Tauros temos depois a opção de fazer carga com ele que nos permite esmagar rochas que bloqueiam o nosso caminho, ou por exemplo em vez de termos o HM do Surf podemos chamar um Lapras que nos permite navegar pelo mar de Alola.

Ou seja, no fim, esta visão do jogo simboliza os Pokémons como num patamar diferente e mesmo entre eles aparentam ter um sentimento de entreajuda, que se traduz em que os mesmo podem chamar outro Pokémon durante combates (isto os selvagens) para os ajudar. Temos também por exemplo um outro modo que existe de interação direta com os nossos Pokémons, que podemos aceder em qualquer altura ou automaticamente no fim de um combate, em que nesse modo podemos cuidar do nosso Pokémon para fortalecer a relação com o mesmo por acções como dar-lhe mimos, comida, e no fim dos combate podemos mesmo por exemplo secar o nosso Pokémon caso ele tenha combatido um Pokémon do tipo Água e tenha ficado molhado, ou limpá-lo de lama, de pó, cotão, e até mesmo curá-lo de mudanças de estado dele que tenham sido causadas durante o combate, como por exemplo se ele estiver com o efeito de poder ficar paralisado, podemos curá-lo, e todo este processo ajuda a fortalecer a nossa relação com ele.

A abordagem do jogo a como representa as personagens também está mais regular, já passámos de aquela imagem quase de chibis e algo entre uma apresentação mais regular e essa, para algo regular, e isso vem com uma abordagem da posição de câmara mais vezes de back to front, em vez da top down view ou digamos semi top down view a que os jogos nos habituaram. O jogo peca é um pouco na sua performance pois quando existe o estado de ataques Z e quando combatemos Pokémons que chamam outros para o combate o jogo tem frame drops bem aparentes que quebram a fluidez do combate, dando-lhe uma visão em câmara lenta, mas de notar que sinceramente fica-se como a única coisa mais relevante a apontar, alguma falta de optimização em termos do hardware em que se disfruta da experiência.

Em termos de Pokémons temos adições interessantes como as Ultra Beasts e formas Alola para Pokémons conhecidos, como por exemplo um que podemos capturar logo no inicio sem grandes problemas o Meowth,  e mesmo a sua evolução o Persian, que mudaram a sua cor e mesmo tipo , sendo eles Normal e agora passaram a Dark, a parte interessante é que apesar de o Meowth só apresentar mudança de tipo e cor do seu corpo, já o Persian ganha também uma forma mais arredondada no corpo por exemplo, mas isto é só um exemplo pois existem mais Pokémons, aliás para mim o que me agradou mesmo foi o regresso de muitos clássicos que já não eram uma presença fixa há muito tempo, como o Slowpoke, Grimer, Exeggcute, ou mesmo o Ledyba que já nem me lembrava que existia, entre outros.

Não quero dizer tudo nem revelar muito mais do que o necessário pois realmente os jogos são experiencias a ser descobertas em todo o seu ser e sentido ao serem jogados. Quanto à história  do jogo em si está bastante bem desenvolvida e mesmo a equipa de vilões que nos aparece têm todos uma profundidade maior, por exemplo temos a Team Skull agora que andam a tentar roubar Pokémons, nada de novo na franquia, mas as suas aparições e personagens têm uma ênfase diferente devido aos seus diálogos e maneira como acabam por interagir connosco e isto sente-se mesmo nos grunts regulares do grupo. Isto é só um exemplo mas toda a nossa experiência e aventura vai ser algo que vamos querer ter em atenção para nunca perder pitada, e nisto tudo foram mesmo adicionadas no mundo do jogo personagens com demandas à parte para completar o que ajuda a mostrar mais do lado RPG que é o género dos jogos Pokémon (da série principal).

O jogo apresenta também funcionalidades com códigos QR, como obter Pokémons, ou fazendo uso por exemplo da função QR Scan que nos permite dar um scan em códigos QR de entradas do Pokedex de outros jogadores. Ou seja agora cada entrada tem um código QR (seja a versão normal ou shiny de um Pokémon), que podemos partilhar com outros, para esses darem scan e ficar com a entrada nos seus Pokedex, com a localização de onde obter os Pokémon (caso a haja), só não ficam com ele na entrada de Pokémons já capturados e todos os Pokémons têm um código QR exceto os lendários. Depois com isto quando efetuamos 10 scans, podemos fazer um Island Scan, que nos revela a silhueta de um Pokémon e nos diz onde ele está pelo período de 1h, e podem aparecer Pokémons como o Totodile quem sabe, e com isto podem fazer 10 scans logo de uma vez, mas 10 é o limite máximo disponível, que assim que gastam um têm de esperar 2h para se voltar a regenerar, ou seja imaginem que gastam  1, ficam com 9, e só dali a 2h voltam a ter esse regenerado e a ficar com 10 mais uma vez, se gastaram os 10 logo, dali a 2h já podem fazer mais 1, se quiserem fazer 10 de uma só vez de novo, já vão ter de esperar 20h no total.

Quanto ao online, o mesmo foi reformulado para uma zona, Festival Plaza, que podemos aceder pelo menu. Nele podemos encontrar jogadores online, participar em combates como no Battle Royale, trocar Pokémons, aceder a missões do Global Link, ganhar festival coins que podem ser gastas em atividades e itens neste local, entre outras coisas. No final do dia há muito mais para dizer sobre o Sun e do Moon está claro, mas é algo que tem de ser jogado e apreciado por vocês, a jogabilidade acaba a sofrer aqui pela queda de frames que afeta a fluidez do jogo e que indica que isto é uma experiência que está a puxar pelo hardware da consola em demasia. Isto acaba por ser uma restruturação de mecânicas da série e uma forma de evolução no seu sentido total, que se aproxima um pouco mais do seu género de RPG que é a base dos jogos Pokémon, dando uma nova direcção de maneira a tentar trazer uma lufada de ar fresco à franquia e que é muito bem vinda.

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