Não se pode dizer que jogos trazidos pela Game Mill sejam particularmente memoráveis ou todos memoráveis mas pode sempre haver excepções à regra e apesar de não fugir muito à regra este Nicktoons & The Dice of Destiny não fica como nada de particularmente especial mas como até uma entrada razoável digamos para quem queira saborear um bocadinho de um RPG à moda de Diablo e mesmo para introduzir os mais novos ao género.
A Premissa desta Jornada:
Basicamente a história é a de que Timmy Turner estava a jogar um jogo de tabuleiro com o seus padrinhos mágicos, mas que tem a ideia de querer participar no jogo, faz o desejo, mas Cosmo usa os dados do jogo de tabuleiro como uma fonte mágica para fazer isto acontecer, algo corre mal e Timmy, os Padrinhos, e mais uma mão cheia de personagens do universo Nicklodeon são puxados para um mundo do fantástico medieval onde terão de viver uma jornada em busca do dado do destino para voltarem a pôr tudo em ordem e regressarem aos seus mundos. Nisto personagens como Katara de Avatar e mesmo Soka fazem as suas aparições, SpongeBob, Sandy e mesmo Pearl de SpongeBob Squarepants aparecem, Susie ou Angelica de Rugrats, entre outras personagens vindas de mais universos sejam dos Tartarugas Ninja, Danny Phantom e afins, na forma de personagens jogáveis para o nosso roster, seja na forma de NPC’s que nos irão por vezes dar algumas demandas secundárias para ganharmos cristais e moedas de ouro, ou na forma de comerciantes onde podemos gastar ditos recursos a obter upgrades e não só.
Outros personagens tomam a posição de vilões nesta demanda querendo mesmo encontrar o dado para os seus fins maquiavélicos, ficando a nosso cargo impedir isso claro. O argumento nem sempre vai ser o melhor, em que se por vezes sentimos alguma falta de diálogos mais relevantes, noutras alturas alguns deles e mesmo uma ou outra cutscene parece estenderem-se mais do que o necessário, no fim fica como uma base sólida para os mais novos terem algo para acompanhar a progressão das suas jornadas, para os mais graúdos fica como algo esquecível, mas mesmo assim acredito que poderia haver mais qualidade no argumento, que infelizmente a jogabilidade em si não compensa.
Dá-lhe com a Espátula!:
Em termos de jogabilidade temos aqui um RPG de acção ao estilo de Diablo, que tem uma direcção bastante simples de se perceber, com níveis de dificuldade possíveis para cada nível entre fácil, normal e difícil, sendo que em difícil os inimigos largam mais XP mas ficando mais desafiantes, sendo que de relembrar que desafiante aqui será algo bastante moderado para quem esteja habituado a jogar ao género, mas fica como um jogo de entrada para os mais novos poderem ganhar ao gosto e um dia passarem para coisas como os Torchlight, ou Diablo, Path of Exile, quem sabe.
Têm um sistema de progressão de nível como mencionei levemente, em que cada nível que evoluem sobe também o nível de outros personagens do roster disponível, eu não tendo tido oportunidade de jogar em co-op assumo que esta progressão acontece assim na mesma, sendo uma de party e não de personagens individuais, dando aqui uma oportunidade a todos de estarem ao mesmo nível apesar de jogarem com classes diferentes digamos, pois vão ter personagens que usam magia como Timmy, ou espátulas no lugar de espadas como o SpongeBob, a Sandy que usa uma espécie de maço, o Leonardo que usa uma Katana, e por ai fora, em que progressão de nível vai desbloquear habilidades para poderem usar que serão de combate, ou curativas por exemplo. Deduzo que em co-op o jogo seja mais interessante a solo consegue tornar-se algo um pouco monótono devido à baixa dificuldade de inimigos mas é fazível.
Depois nisto podem ir encontrando equipamento para equipar no(s) vosso(s) personagem(/ns), de maneira a melhorar os seus stats, que podem ou não ir tendo alguma atenção realisticamente para os mais novos será uma boa maneira de se ambientarem à importância de escolher equipamento e até aprender quando compensa mais fazer upgrade do que já têm ao invés de só irem equipando novos que encontram, ainda mais nisto o equipamento tem níveis de raridade e não vai ser muito complicado encontrar os de melhor nível, em que além disto acabam a ter desafios que podem fazer de combate em arena nos níveis em que é erguida uma barreira mágica numa espécie de obelisk digamos que tem um báu que só abre se o superarem, em que com algumas nuances nessa arena têm de defrontar inimigos, podendo ser essas nuances raios de energia, disparos de área e não só, com no final um dado típico de RPG de tabuleiro a ser rolado para definir a qualidade do loot que recebem do baú.
Tudo isto está bem elaborado nas suas bases, talvez exista uma repetição crescente de inimigos por vezes e um ou outro aspecto que precisavam de ser polidos e mais bem testados como o sistema de colisão digamos, em que por vezes devíamos conseguir passar numa abertura de espaço mas temos algo contra o qual colidimos e não podemos, chegando ao ponto de nos impedir de apanhar loot, ou uma armadilha que estamos a passar mais ao lado nos conseguir acertar ou mesmo um inimigo, mas de resto tem aqui bases interessantes para passar aos mais novos iniciantes sem grande stress envolvido.
As Paisagens de Bikini Bottom Medieval e Além:
O aspecto do jogo acaba a ser algo acolhedor e até engraçado de se observar, o foco ficou em toda esta jornada se passar por uma Bikini Bottom na era medieval assentando bem à premissa em geral desta aventura, até com a adaptação de estilos de personagens de SpongeBob a este ambiente e adicionando outros que acabam a fazer sentido como livros mágicos e afins, não sendo só esta a localização onde o jogo terá lugar pois o mapa da aventura parte-se em temáticas além deste personagem como Avatar ou as Tartarugas Ninja. Apesar de haver um certo charme no aspecto geral do jogo acabo a sentir que acaba a haver uma repetição não de layouts mas sim de áreas de mapa por completo com a diferença de direcção de onde estamos a vir e com a mudança de algum asset como alguma armadilha para outras diferentes, mesmo assim tem o seu charme sem dúvida mas é um ponto a mencionar.
Quanto a sons de notar que o voice acting aqui dos personagens ajuda a dar uma certa imersão que por vezes só é quebrada quando alguns diálogos não fazem sentido ou têm alguma falta de fluidez que aos mais novos irá escapar mas aos mais graúdos vão reparar, durante a acção do jogo em si existe uma reutilização bastante presente de faixas singulares nos níveis, por vezes em algumas ocasiões aparece lá uma ou outra no meio mas que parece que tentam misturar com a base do nível saindo uma experiência de som menos agradável, de resto até podia escapar o uso de uma faixa única para mais do que 4 ou 5 níveis, não fosse a mesma tocada do inicio ao fim com uma interrupção de segundos que se nota e bem que é a faixa a chegar ao fim e depois a ter o seu reinicio por exemplo.
A Conclusão a Esta Aventura:
No fim do dia não vai haver aqui uma experiência que se possa dizer memorável, algumas falhas na jogabilidade, por vezes alguma repetição em cenário e um argumento demasiadas vezes irrelevante até, mas, mesmo assim consegue dar uma experiência de nível de entrada razoável para criar o bichinho de ARPG nos mais novos, fazendo uso de um casting e universos que eles reconhecem e vão poder relacionar-se talvez uns que eles possam não conhecer mas que poderá despertar algum interesse.
Se houvesse aqui algum polimento nas falhas mencionadas por exemplo a nota poderia subir mas estando actualmente assim fica como fica, sendo até a meu ver uma jornada para passar uns bons serões com os membros mais novos da família em co-op.
Esta análise foi feita com uma chave gentilmente cedida pela Renaissance PR.






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