Análise - Snoopy & The Great Mystery Club

Snoopy ou neste caso os Peanuts fazem 75 anos desde que foram criados este ano e quer se tenha muita ou pouca atenção mal ou bem Snoopy é sempre uma figura reconhecida, mesmo que hoje em dia a meu ver haja menos atenção gerada na direcção dos Peanuts. Quando eu era mais novo havia mais atenção a isto tudo a meu ver sendo que o meu primeiro contacto foi com a série animada, mais tarde passando para a percepção das tiras de BD.

Hoje não vimos aqui falar disso mas sim do mais recente lançamento no mundo dos videojogos ligado a Peanuts, nomeadamente de Snoopy & The Great Mystery Club onde encarnamos o amado beagle enquanto ele resolve alguns mistérios.

O Grande Clube dos Mistérios

Aqui neste aglomerado de 4 capítulos é suposto corrermos a cidade do jogo a resolver os mesmos pelo meio de descobrir pistas e obtendo itens necessários para resolver os casos do grande clube dos mistérios mas sinceramente a investigação fica-se muitas vezes por aqui. No final de cada capítulo podemos fazer um minijogo de correlacionar pistas que obtivemos para resolver os grandes casos, sendo que pelo meio é suposto irmos procurando essas pistas e interagindo com outros personagens como Lucy, Franklin, Pig-Pen, Marcie, Violet entre outros em que eles vão ajudar-nos ou deixar-nos avançar com a nossa investigação ou resolução de favores, pedidos ou pequenos casos que nos vão levar a descobrir mais detalhes para o grande caso do capítulo.

Pelo menos é isto que é suposto mas a realidade é que a jornada pelo jogo passa por estarmos no papel de Snoopy com uma pequena trupe de personagens atrás de nós em que podemos ir trocando os mesmos à medida que se juntam mais que o limite de 3 que nos seguem durante o jogo e apesar de eles terem características individuais elas não servem para nada de relevante que eu tenha reparado. Pelo caminho vamos desbloquear habilidades digamos, uma meia dúzia delas, representadas por fatos para o nosso beagle como o Snoopy Detective, Snoopy Jardineiro, Snoopy Pirata e não só, mas irei abordar melhor isso depois.

Captura feita por Gaming Power PT

Na maioria do tempo o que vamos andar a fazer é uma sucessão de pedidos de procura de algo. Imaginem para concluir no primeiro capítulo precisamos de resolver o mistério do equipamento de futebol americano da Peppermint Patty que desapareceu. Pelo desenrolar disto acabamos a ter de ir procurar peças para um carro de rolamentos do Franklin que ele perdeu o que nos leva a ele pedir-nos para arranjar uma cola especial para montar tudo no sitio. Isto faz com que nos deparemos com a Marcie que precisa de ingredientes para fazer a cola. Depois de ela os receber precisa que encontremos frascos para colocar a cola e por aqui já estão a perceber um pouco o cenário da aventura no geral.

Dá para ficar com uma pequena ideia do que vos espera e posso dizer-vos que a maior parte do jogo é isto que exemplifiquei agora, que são muitos micro-objectivos de procura com alguma quebra pelo meio com actividades que poderiam ser uma lufada de ar fresco e quebra na monotonia, mas que são tão simples de resolver que acabam a não conseguir cumprir o serem uma lufada de ar fresco. Imaginem, a Marcie ter de juntar os ingredientes da cola especial para a fazer é um mini-jogo de padrões de botões mas que o padrão aumenta 1 botão em cada avanço na sequência de até 4 botões em padrão, mas em que ele em cada avanço repete os botões que já apresentou lentamente para ter a certeza que vocês sabem onde carregar.

Captura feita por Gaming Power PT

Já em outra actividade temos o objectivo de chutar uma bola de futebol americano em que a barra de força cresce lentamente para a zona de objectivo e a barra de acção mexe o ponteiro para o bloquearem na zona de sucesso lentamente também, acho que o mais desafiante é a sequências de carro de rolamentos por exemplo em que têm de passar por portões de passagem espalhados por uma pista em reta em que se usaram o sensor de movimento para movimentar o carro vão ter algum desafio mas que se o desligarem e usarem o joytstick já vai ser mais simples.

A Escursão pela Cidade

A jogabilidade em grande parte passa por ser andar para trás e para a frente pela cidade que de certa maneira até houve um certo cuidado a não ter um espaço demasiado grande para não sobrecarregar o caminhar sem parar por ela fora, tanto que há uma ou outra área de ligação como o interior da escola que não ficou uma área muito grande de exploração. Pelo meio disto acabam a ter algumas habilidades para usar na forma de fatos e não penso que se troque assim tanto entre eles e até fazemos uso deles de maneira faseada a meu ver ou seja não é uma mecânica sobrecarregada tendo em conta a falta de acção no geral.

Captura feita por Gaming Power PT

A questão de serem fatos é engraçada, porque por exemplo para cavar buracos colocamos um fato de pirata como se fossemos cavar tesouros, já para usar o soprador de folhas usamos um fato de jardineiro e por ai fora, o que acaba a dar alguma variedade de maneira engraçada à jogabilidade e até para dar alguma força a ir revisitando cantos da cidade para fazermos uso das habilidades em busca de colecionáveis que se apresentam na forma de berlindes, que servem de moeda corrente para desbloquear por exemplo algumas variantes de fatos para o Snoopy base, ou seja para encontrar tiras de bd escondidas que podem depois ler.

Um Aspecto Limpo e Tranquilizador

Todo o jogo em si tem um aspecto bastante alegre que passa pela sua utilização de paleta de cores claras e os modelos algo cartoonescos de personagens num universo 3D e mesmo a utilização da iluminação mais brilhante acaba a ajudar a ter uma atmosfera animadora. A ost que nos é entregue em conjunto com o voice acting que vem com um tom algo calmo acaba a dar um ambiente mais calmo, que junto à atmosfera visual nos dá uma experiência tranquilizante, bastante mesmo. Esta tranquilidade em conjunto com a jogabilidade repetitiva quase nos dá vontade de ter de fazer uma pausa para dormir uma sesta infelizmente, mas isto acaba a ser pela falta de mais acção ou actividades mais desafiantes e um trabalho de detective mais cativante sinceramente.

Captura feita por Gaming Power PT

A Conclusão sobre este Clube de Mistérios

A temática em volta dos Peanuts é animadora e ainda mais se forem fãs em que pareceu-me poder ser algo com potencial mesmo tendo em conta que o público alvo são os mais novos. Infelizmente mesmo assim posso afirmar que os mais novos poderão aborrecer-se e os mais graúdos vão sentir em sessões mais longas deste jogo que não é assim tão longo um sentimento de tédio, eu pelo menos senti e tive de partir esta jornada em pequenas sessões.

Acredito que poderiam ter feito algo talvez um pouco mais interessante com um trabalho de detective mais elaborado e há potencial na equipa da Cradle Games que produziu este jogo publicado pela GameMill Entertainment, em que há alturas como no primeiro capítulo em que vamos sair pelo portão do pátio de recreio da escola para a cidade, em que abrindo o portão que se encontra lá em vez de partirem a cutscene ingame com uma transição de área, eles meteram uma área que podemos entrar além do portão com o fundo da cidade até bem modelado e apresentado fazendo aquela cena não perder a fluidez. Mas depois temos um jogo no geral composto por demandas de procura e pouca acção de detectives, talvez isto pudesse ser resolvido com mais mini-jogos de investigação e de ir recolhendo mais pistas para conjugar e ir descobrindo detalhes que nos levassem ao climax final, mas isso não acontece.

Captura feita por Gaming Power PT

Não diria que isto tivesse de ser algo ao nível do que se pode ir fazendo em jogos como The Testament of Sherlock Holmes (que já tem alguma idade), mas talvez devesse ter mais interactividade a quebrar a monotonia que o andar a correr para trás e para frente só a apanhar e trazer objectos e afins a outros personagens cria. Nisto não consigo recomendar o jogo a preço completo, talvez numa boa promoção a quem seja fã de Peanuts e mais concretamente procure uma experiência bastante simples e fácil ou só para juntar à sua panóplia de colecionáveis se optar pela edição física, ou talvez como primeira experiência de introdução a videojogos a uma criança muito nova talvez com 5 a 6 anos que vá ser acompanhada durante a mesma, mas não criem grandes expectativas.

Esta análise foi feita com uma chave gentilmente cedida pela Renaissance PR.

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