Análise - Suicide Squad: Kill the Justice League

 
A Rocksteady regressa desta vez com um jogo em volta do Suicide Squad com uma missão particular, matar a Liga da Justiça, numa tentativa de impedir a conquista do planeta Terra por parte de uma força alienígena.
 

A história revira em volta de Deadshot, Harley Quinn, Captain Boomerang e King Shark, todos presos no asilo de Arkham que são recrutados à força por Amanda Waller da A.R.G.U.S. de maneira a formar a Task Force X, o nosso Esquadrão Suicida, numa missão literalmente suicida, que será integrar o ambiente de guerra em Metropolis que se encontra no centro do inicio da conquista do planeta por Brainiac, que pretende terraformar o planeta para o tornar no seu planeta mãe, Colu. Para isto seria de esperar que a liga dos heróis mais poderosos do planeta já o tivesse impedido, mas, os mesmos ou quase todos foram capturados por Brainiac e estão a ser usados pelo mesmo como parte da força de ataque, em que Superman, Batman e o Green Lantern já sucumbiram à captura e lavagem cerebral dele, deixando Flash e a Wonder Woman ainda no terreno a tentar combater as forças invasoras, salvar civis e pelo processo tentar descobrir como recuperar os seus amigos das garras do invasor.
 

Pelo decorrer da história ao inicio o nosso esquadrão vai ser algo destrambelhada em termos de operação no desenvolvimento do argumento e não necessariamente em campo quando um deles está no nosso controlo e os outros pelo CPU, mas na história em si é engraçado ver a progressão entre serem um pouco conflituosos e passarem a ter uma sinergia mais fluida e funcionamento mais de equipa, criando mesmo laços que a nível superficial não se nota mas que na integra lá vão estar. Não quero revelar muito da mesma mas digamos que apesar das cutscenes interessantes e bem conseguidas, o argumento que vai dar mais profundidade à história digamos que esperava um pouco mais, nem que fosse de estes 4 terem algum conhecimento das vezes que foram enfrentar alguns destes heróis mas não é o caso à excepção da Harley no que toca ao Batman, sendo que vão depender sempre de irem fazendo alguma pesquisa com a ajuda de aliados improváveis e mesmo criminosos, como o Pinguim que veio de Gotham para Metropolis, ou o Lex Luthor que inadvertidamente os ajuda contra o Flash por exemplo quando na realidade os quer à distancia e que não se metam no seu caminho.
 

Também apesar da história estar interessante e introduzir a possibilidade de visitar outra(s) dimensões paralelas no desenrolar da experiência como parte de eventos da mesma e mesmo eventualmente como treino para enfrentar Brainiac na realidade actual do Esquadrão, e de certa maneira dar seguimento ao live service do jogo e conteúdo pós produção que a equipa indica vir a ser grátis de acesso, senti que fosse um pouco fraca nas interações com os heróis que vamos caçar, nomeadamente por exemplo combate com os mesmos senti que não tinha grande quebra cabeças, alguns momentos talvez de QTE teria sido engraçado e iriam dar mais dinâmica a estes combates, sendo que por exemplo fiquei um pouco desapontado com alguns, nomeadamente o combate para derrotar o Batman por exemplo, também poderia ter havido mais personagens que poderiam ter sido um pouco mais exploradas como Lois Lane que aparece em ecrãs pela cidade a fazer relatórios independentes de eventos e chega a interagir connosco 1 vez, sem a vermos, uma interacção em si breve e que de resto ficamo-nos por indo ouvindo os relatos dela, acho que tentaram ter aqui uma mecânica do tipo Marvel’s Spider-Man ( pelo menos do primeiro que o segundo não joguei ainda) em que o Jameson tinha o seu podcast que podíamos ouvir, mas em que aqui não achei assim nada de especial.
 

Em termos de jogabilidades os movimentos dos personagens estão fluidos em campo de batalha, todos acabam a ter os seus talvez ou mas, no entanto o mais equilibrado em acrobacias, agilidade, e utilização de armamento acaba a ser o Deadshot na minha perspectiva, tendo uma boa agilidade, fazendo bom uso da sua espingarda de sniper e ainda equipado com um jetpack de utilização limitada que pode ser algo estendida pelas nossas escolhas numa árvore de habilidades dividida em 3 categorias, em que falando disto cada personagem tem uma e convém desenvolver a mesma, podem trocar de personagem a qualquer momento fora de combate e de certas missões, o jogo em si só vos obriga a jogar com um dos personagens específicos em poucas alturas definidas, dando-vos a liberdade de entrar em cada missão com quem escolherem, sendo que alguns personagens vão estar mais cheios de adrenalina para algumas missões/eventos especificos que vos garantem mais XP e recursos, mas a escolha é sempre vossa.
 

Esse XP serve para evoluir de nível e ganhar pontos de habilidades para gastar, até chegarem com um dos personagens a nível 30 e depois começam a desenvolver o mesmo para ganhar pontos para gastar numa árvore de habilidades geral que afecta todo o Esquadrão, pelo que os recursos vão ser usados para adquirir atualizações para o vosso equipamento caso não queiram deixar de o usar por exemplo, em que apesar de poderem ganhar mais há sempre aquela questão de que poderão ter efeitos passivos diferentes do que aqueles que o vosso equipamento actual tem, ou gostam mais do aspecto e funcionamento do que têm agora, podem também gastar em equipamento claro, e mesmo mais à frente em dar efeitos diferentes ao vosso equipamento tanto passivos como activos, ou seja as possibilidades de personalizarem a vossa experiência de jogo a um nível mais profundo está aqui embutida sem dúvida, além do armamento e equipamento, também em visual pois podem desbloquear opções de personalização dos personagens em termos de roupa, capacetes no caso de Deadshot, cortes de cabelo, esquema de cores da roupa, etc, pelo que não serão muitas coisas no jogo base, mas, podem sempre adquirir com moeda virtual na loja online skins, moeda essa que é comprada com dinheiro mesmo, e que a Rocksteady diz que será a única coisa que vai disponibilizar em troco de dinheiro.
 

A jogabilidade com o Captain Boomerang é um pouco mais lenta até certo ponto, o mesmo tem recurso a uma luva que o permite simular a força de aceleração do Flash para fazer alguns movimentos limitados e mesmo atirar o seu bumerangue e desaparecer e aparecer nele através da simulação em questão, tal como o jetpack usado por Deadshot a utilização é limitada, o seu movimento em combate é menos ágil mas se combinarem bem com os seus movimentos de esquiva com a força de aceleração até conseguem fazer algumas coisas engraçadas, a Harley é mais ágil e consegue fazer uso de martelos e tacos de basebol para dar umas boas surras, também faz bom uso de pistolas e caçadeiras de canos serrados para trazer destruição, esperava talvez ter alguma coisa como um lança granadas para a Harley usar mas não e é uma pena pois ia-lhe assentar bem, ela neste caso para se movimentar mais rápido tem acesso a um grappling hook do Batman e a um bat-drone para a ajudar a escalar e manter-se no ar para combate mais acrobático, sendo que estas engenhocas foram roubadas da Hall of Justice, em que estavam em exposição sendo de vilões derrotados ou dos heróis mesmo, já o King Shark como tem poderes algo derivados de um semideus em que consegue movimentar-se rápido, dar saltos de boa propulsão e tem uma força bruta tremenda não rouba nada pois não precisa, o combate dele vai ser mais de um tanque e é normal, apesar disto consegue ter até uma boa agilidade e fazer bom uso de miniguns, armas como foices e cutelos e metralhadoras. Cada um dos membros vai ainda ter algumas habilidades especiais que entram no campo de ataque especial e ataque suicida em que o segundo é normalmente mais violento, e ainda a possibilidade de desbloquear uma habilidade especial de efeito de grupo do Esquadrão.
 

Em termos de áudio o jogo tem faixas boas a acompanhar por norma as batalhas de bosses, o voice acting ficou muito bem conseguido a meu ver sendo um dos últimos trabalhos do emblemático Kevin Conroy que entretanto faleceu e que era a famosa voz de Batman conhecida de vários trabalhos, seja nos jogos da Rocksteady seja na Batman Animated Series, entre outros. Visualmente o ambiente do jogo é mais iluminado ao contrário do que víamos na saga Arkham e é normal, apesar de Arkham Knight por exemplo conseguir ser mais estonteante no seu ambiente noturno, Metropolis de dia também não deixa de ser interessante da sua própria maneira, ainda mais com uma caveira mecânica gigante nos céus com tentáculos sobre a cidade a tomá-la de assalto digamos assim, o jogo tem a sua qualidade visual e momentos deslumbrante como ver o Flash a mover-se à velocidade da luz e a criar tornados, mas é um ambiente diferente e acho que o que um ambiente mais noturno podia esconder um pouco e deslumbrar mais com trabalho de iluminação aqui não há essa hipótese da mesma maneira e ambos os trabalhos são visualmente deslumbrantes à sua própria maneira, e os efeitos do jogo das armas, granadas, poderes em acção ficaram muito bem conseguidos.
 

Este é um jogo excelente na sua premissa, jogamos com os “vilões” e matamos os heróis, apesar dela e da jogabilidade que ficou bem conseguida e algo variada, apesar da parte visual em que é deslumbrante ver um pouco de Metropolis como campo de guerra inicialmente, digamos que achei a história muito curta de se fazer e ainda pensei que fosse demorar mais devido a estar a jogar na dificuldade máxima que o jogo deixa escolher inicialmente por causa do bónus de XP, mas nem por isso, foi bastante simples até, a meu ver podíamos ter tido mais interações e desenvolvimento de argumento com os heróis em si para fazer crescer o conflito e momentos de clímax entre o Esquadrão e eles, mas não ocorreram e ainda em cima disto algumas das batalhas contra heróis foram bastante rápidas de surgir após outras, e os momentos de combate em umas delas, bem, digamos que há mais emoção em missões de apoio que nos rodeiam de inimigos variados vindos de todos os lados que do combate com o Superman por exemplo, e portanto o jogo desilude aqui um pouco na história e na jogabilidade que estes momentos dela nos proporciona.
 

De resto estou para ver o que este live service nos vai trazer, a primeira realidade a ser introduzida com um novo personagem jogável será relacionada com o Joker, mas, do que vi da apresentação dele não me convenceu muito infelizmente, ainda mais a descrição de ser um Joker que mascara as suas inseguranças com comportamento errático se não estou em erro do que me lembro de ver no vídeo que o apresentou, mas a ver vamos. No geral é um jogo bastante agradável, algo curto, peca um pouco em necessitar de net constante, em que se os servidores não estiverem a funcionar basicamente não há jogo para ninguém, mas mesmo com isto tudo merece um 8/10 como nota final, ali alguns pontos que podiam ser mais bem trabalhados, alguns deles pontos chave como falei no parágrafo anterior mas que outros elementos compensam um bocadinho e portanto consegue na minha perspectiva manter-se num 8 apesar de a descair para um 7.

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